A COP 19 que ocorreu em Varsóvia está sendo um dos maiores fiascos da História das negociações climáticas. Tida como a COP que daria início ao marco regulatório internacional para as negociações climáticas, cujo termo final será em Paris em 2015, acabou sem qualquer consenso.
Diversos fatores levaram ao fracasso: desde a polônia sediar concomitantemente uma conferência sobre carvão mineral, passando pela demissão do Ministro polonês e presidente da COP durante a conferência- o país sede em regra lidera as negociações - e pelo abandono de ONG's ambientais importantes como o Greenpeace das negociações e, sobretudo, a eterna discussão sobre as metas de corte de emissões de CO2.
Previamente à reunião, chegou-se a acreditar que esta COP seria diferente das outras com a imposição de metas, voluntárias ou não, aos principais emissores, em razão das recentes catástrofes naturais, como o furacão Filipino Hayan que matou mais de dez mil pessoas.
Contudo, os países ricos, historicamente os maiores emissores de Gases de efeito estufa(GEE), querem dividir a conta com os emergentes que por sua vez não querem assumir metas por estarem se desenvolvendo, insistindo que as reduções dos países ricos e desenvolvidos devem ser maiores e mais drásticas.
Em um contexto de crise econômica, cortes de GEE afetariam diretamente a produção industrial e o crescimento do PIB. A União Européia que sempre liderou as negociações destas metas, fugiu da sua função em razão da crise no bloco. EUA, o maior emissor de GEE do mundo, que sequer havia assinado o protocolo de Kyoto e que na eleição de Obama teve um suspiro de esperança, seguem alheios ao seu peso nas discussões. A China, segundo maior emissor, concorda com a redução e segue investindo em energias renováveis, mas condiciona a sua participação à inclusão dos EUA.
Assim, frente à realidade atual de furacões, tufões, tempestades e enchentes cada vez mais frequentes, não passamos ainda de um cenário de cortes voluntários. O Brasil impôs um corte voluntário, já alcançado com a redução do desmatamento amazônico. Espera-se mais do Brasil, muito mais. Tanto em cortes de GEE quanto em liderança nas negociações.
Vejo com grande esperança e também desdém em relação à resolução deste impasse.
Não adianta os principais países condicionarem suas responsabilidades às participação dos demais. devem primeiro fazer o dever de casa para depois exigirem dos outros. Com o impasse todos saem perdendo, inclusive os próprios negociadores e governantes .
Acredito que o G-20, bloco econômico das 20 maiores economias mundial, deveria arcar com a responsabilidade de cortes profundos, independente da crise econômica. As nações devem seguir o exemplo do C40, grupo que reúne as 40 maiores cidades mundiais que compartilham experiências de sucesso e alcançaram metas de redução de GEE.
Portanto, não adianta prevermos a recuperação econômica se ao fim deste século não houver um Planeta habitável com o acréscimo médio de 5 graus na temperatura global.
A sobrevivência da raça humana deve ser priorizada frente ao desenvolvimento econômico.
Uma idéia que virou realidade...
Pessoal,
Como todos sabem, pelo menos aqueles que me conhecem, sou apaixonado pela temática ambiental. E após muito refletir, decidi criar este blog para expor minha idéias e tentar divulgar notícias, inovações nesta área, e claro, opiniões e análises críticas do que vem ocorrendo no mundo da sustentabilidade.
Peço que comentem, sugiram assuntos, critiquem, enfim, que este seja um espaço para discutirmos os mais variados assuntos.
Beijos e abraços a todos!
Jean Marc Sasson
Como todos sabem, pelo menos aqueles que me conhecem, sou apaixonado pela temática ambiental. E após muito refletir, decidi criar este blog para expor minha idéias e tentar divulgar notícias, inovações nesta área, e claro, opiniões e análises críticas do que vem ocorrendo no mundo da sustentabilidade.
Peço que comentem, sugiram assuntos, critiquem, enfim, que este seja um espaço para discutirmos os mais variados assuntos.
Beijos e abraços a todos!
Jean Marc Sasson
segunda-feira, 25 de novembro de 2013
segunda-feira, 18 de novembro de 2013
Lixo Zero
Acompanho com atenção o Programa carioca Lixo Zero que começou a ser implementado a três meses pela Prefeitura carioca. Este programa multa o cidadão que descarta resíduos em vias públicas. Segundo dados da Comlurb, a quantidade de lixo recolhida em toda a cidade — cerca de dez toneladas, 60% domiciliar e 40% do público — não diminuiu, mas houve redução de 50% do descarte nas vias públicas.
Ao invés de implementar programas de Educação Ambiental, multar e castigar o bolso no Brasil ainda, infelizmente, é a alternativa eficaz.
Com a entrada em vigor da Política Nacional de Resíduos Sólidos, todos os municípios serão obrigados a criar seu Plano Municipal de Gerenciamento sob pena de secar a fonte de receita Federal.
Assim, ao criar uma programa intitulado "Lixo Zero", leva-nos a pensar que o objetivo do programa é a não geração de resíduos. Isto é, quando falamos em Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, a redução na geração deve ser o primeiro passo e o principal foco.
Como vimos acima, isto de fato não ocorreu. O programa busca tão somente diminuir o trabalho de varreção da Comlurb.
Pois bem.
A mesma PNRS, impõe uma responsabilidade compartilhada entre fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana.Ou seja, quando falamos sobre um produto, para identificar os responsáveis, deve-se analisar o ciclo de vida deste produto - do berço ao berço. Todos os envolvidos neste ciclo de vida do produto deverão ser co-responsáveis. Desde a extração da matéria prima até o descarte pós-consumo.
Quando a Prefeitura, na melhor das suas intenções, afim de "limpar" a cidade, estabelece esse programa, estará muito aquém do objetivo principal.
Um mero Programa lixo zero não resolve. O ideal é criar um Plano de Gerenciamento que envolva e integre a educação dos consumidores para o descarte adequado, logística reversa do fabricantes para resgatar os resíduos gerados - incentivando a reciclagem e reaproveitamento destes resíduos- e a destinação adequada dos resíduos não reaproveitados entre outros elementos.
Portanto, não basta implementar um programa que visa multar os usuários. Deve haver um trabalho sério de planejamento, cooperação pública/privada e de conscientização da população em relação ao descarte e geração dos resíduos.
Só assim poderíamos falar em Lixo Zero.
Ao invés de implementar programas de Educação Ambiental, multar e castigar o bolso no Brasil ainda, infelizmente, é a alternativa eficaz.
Com a entrada em vigor da Política Nacional de Resíduos Sólidos, todos os municípios serão obrigados a criar seu Plano Municipal de Gerenciamento sob pena de secar a fonte de receita Federal.
Assim, ao criar uma programa intitulado "Lixo Zero", leva-nos a pensar que o objetivo do programa é a não geração de resíduos. Isto é, quando falamos em Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, a redução na geração deve ser o primeiro passo e o principal foco.
Como vimos acima, isto de fato não ocorreu. O programa busca tão somente diminuir o trabalho de varreção da Comlurb.
Pois bem.
A mesma PNRS, impõe uma responsabilidade compartilhada entre fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, os consumidores e os titulares dos serviços públicos de limpeza urbana.Ou seja, quando falamos sobre um produto, para identificar os responsáveis, deve-se analisar o ciclo de vida deste produto - do berço ao berço. Todos os envolvidos neste ciclo de vida do produto deverão ser co-responsáveis. Desde a extração da matéria prima até o descarte pós-consumo.
Quando a Prefeitura, na melhor das suas intenções, afim de "limpar" a cidade, estabelece esse programa, estará muito aquém do objetivo principal.
Um mero Programa lixo zero não resolve. O ideal é criar um Plano de Gerenciamento que envolva e integre a educação dos consumidores para o descarte adequado, logística reversa do fabricantes para resgatar os resíduos gerados - incentivando a reciclagem e reaproveitamento destes resíduos- e a destinação adequada dos resíduos não reaproveitados entre outros elementos.
Portanto, não basta implementar um programa que visa multar os usuários. Deve haver um trabalho sério de planejamento, cooperação pública/privada e de conscientização da população em relação ao descarte e geração dos resíduos.
Só assim poderíamos falar em Lixo Zero.
terça-feira, 12 de novembro de 2013
Empresa Sustentável ou Greenwashing?
A Sustentabilidade é atualmente uma tema muito difundido e em voga,
No entanto, o primeiro erro que se comete é confundí-la com preservação do Meio Ambiente. Não estou aqui excluindo este elemento. O Meio ambiente é apenas um dos pilares da Sustentabilidade.
A Sustentabilidade é a união harmônica de três pilares inseparáveis e coexistentes: os pilares ambiental, social e econômico, mais conhecidos como triple bottom line, desenvolvido por John Elkington: “Hoje, se pensa em termos de um dos três pilares, com enfoque na prosperidade econômica, na qualidade ambiental e – o elemento ao qual as empresas preferiram fazer vistas grossas – na justiça social”( Elkingston, John; Sustentabilidade, Canibais com Garfo e Faca, 2012 – Mbooks do Brasil Ed. Ltda).
Assim, antes de uma empresa se declarar sustentável deve-se atentar para estes três pilares. Na verdade, devemos analisar mais do que isso. Devemos analisar se a empresa pratica a Sustentabilidade internamente. Não basta ela patrocinar projetos sociais ou plantar árvores como medidas compensatórias. Não é sustentável ter um relatório de Sustentabilidade. Ela tem de ter a Sustentabilidade como valor estratégico que pautará todas as suas decisões corporativas. Isto é, ela deve ter em suas áreas de Finanças, Marketing, Jurídico, Logística, Suprimentos, entre outras, o valor da Sustentabilidade.
A Sustentabilidade deve ser um valor transversal e Vertical. Transversal em relação às áreas e Vertical em relação aos funcionários. Do Presidente ao chão da fábrica, todos devem pensar sustentável. Cada um à sua maneira.
Desta forma, vemos empresas que são consideradas sustentáveis e que fazem parte de Rankings das empresas mais sustentáveis, mas que praticam o greenwashing. Anunciam o financiamento de carros com emissão zero de carbono, vendem seus produtos por uma rede de vendedores autônomos - sem carteira de trabalho assinada. Onde estão os 3 pilares????? Elas se vendem sustentáveis, mas não são!!!
Portanto, antes de trocar gato por lebre, verifique os processos internos da empresa. Caso contrário, estará sendo vítima de um marketing verde agressivo e enganador.
No entanto, o primeiro erro que se comete é confundí-la com preservação do Meio Ambiente. Não estou aqui excluindo este elemento. O Meio ambiente é apenas um dos pilares da Sustentabilidade.
A Sustentabilidade é a união harmônica de três pilares inseparáveis e coexistentes: os pilares ambiental, social e econômico, mais conhecidos como triple bottom line, desenvolvido por John Elkington: “Hoje, se pensa em termos de um dos três pilares, com enfoque na prosperidade econômica, na qualidade ambiental e – o elemento ao qual as empresas preferiram fazer vistas grossas – na justiça social”( Elkingston, John; Sustentabilidade, Canibais com Garfo e Faca, 2012 – Mbooks do Brasil Ed. Ltda).
Assim, antes de uma empresa se declarar sustentável deve-se atentar para estes três pilares. Na verdade, devemos analisar mais do que isso. Devemos analisar se a empresa pratica a Sustentabilidade internamente. Não basta ela patrocinar projetos sociais ou plantar árvores como medidas compensatórias. Não é sustentável ter um relatório de Sustentabilidade. Ela tem de ter a Sustentabilidade como valor estratégico que pautará todas as suas decisões corporativas. Isto é, ela deve ter em suas áreas de Finanças, Marketing, Jurídico, Logística, Suprimentos, entre outras, o valor da Sustentabilidade.
A Sustentabilidade deve ser um valor transversal e Vertical. Transversal em relação às áreas e Vertical em relação aos funcionários. Do Presidente ao chão da fábrica, todos devem pensar sustentável. Cada um à sua maneira.
Desta forma, vemos empresas que são consideradas sustentáveis e que fazem parte de Rankings das empresas mais sustentáveis, mas que praticam o greenwashing. Anunciam o financiamento de carros com emissão zero de carbono, vendem seus produtos por uma rede de vendedores autônomos - sem carteira de trabalho assinada. Onde estão os 3 pilares????? Elas se vendem sustentáveis, mas não são!!!
Portanto, antes de trocar gato por lebre, verifique os processos internos da empresa. Caso contrário, estará sendo vítima de um marketing verde agressivo e enganador.
sexta-feira, 1 de novembro de 2013
Pré-Sal já nasceu fadado ao fracasso
Recentemente, estivemos às voltas com o leilão do poço de Libra, o primeiro a ser leiloado do Pré-Sal brasileiro.
Grandes gigantes petrolíferas se juntaram à Petrobrás para explorar este poço que é considerado o maior já achado em território brasileiro, pagando a bagatela de 15 bilhões de reais - o lance mínimo exigido, fora o investimento de trilhões que AINDA deverá ser feito.
Neste contexto, há atualmente explorações no Pré-sal africano e em outras regiões mundo afora. Ocorre que esta exploração em águas profundas é de elavado risco.
Isso porque as técnicas existentes são escassas e onerosas por serem aplicadas em uma camada muito profunda.
Isso porque as técnicas existentes são escassas e onerosas por serem aplicadas em uma camada muito profunda.
Segundo, em um mundo que caminha para a economia de baixo carbono, apostar na exploração de Petróleo em regiões profundas não há certeza que vá encontrar o pote de ouro, vide o caso recente da OGX que apostou em grande produção e só encontrou vento por lá.
Atualmente, o preço do barril tem variado entre US$ 100 e US$ 110 nos últimos dois anos. Para compensar economicamente a exploração nestes novos locais, o preço do barril deverá ser algo em torno de U$ 200,00, afirmam os economistas. Portanto, não é uma questão geológica, mas sim econômica.
Hoje o petróleo é elemento inerente à Economia mundial. Está presente no Transporte, nos plásticos, querosene etc. Mas deveremos rever nossos conceitos rumo à economia de baixo carbono.
Investir em energias limpas - cada vez são mais baratas- é a nova tendência. Encontrar substitutos aos mais diversos aplicações do Petróleo - substitutos ambientalmente corretos - também.
Investir em energias limpas - cada vez são mais baratas- é a nova tendência. Encontrar substitutos aos mais diversos aplicações do Petróleo - substitutos ambientalmente corretos - também.
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