Movimento Xingu: exigências mais importantes não foram cumpridas
O Movimento Xingu Vivo para Sempre, contrário à construção da usina de Belo Monte, disse ao blog que as condicionantes mais importantes estabelecidas pelo Ibama para a concessão da licença de instalação - eram 40 na licença prévia - não foram cumpridas. Hoje, como publicamos mais cedo, o orgão autorizou a construção da hidrelétrica no rio Xingu.- As exigências mais importantes que têm a ver com a preparação da região para receber a obra não foram cumpridas. Antes da instalação do canteiro, tinham que ter feito obras de saneamento; mas nem as que seriam realizadas em Belo Monte e Belo Monte do Pontal, mais rápidas, foram iniciadas. Em Altamira, relatório do próprio Ibama dizia que essas obras demorariam seis anos. Cumpriram as mais fáceis, como a assinatura de termos de cooperação entre prefeituras e a empresa Norte Energia, mas não as centrais - disse Renata Pinheiro, assessora técnica do Movimento Xingu Vivo para Sempre, que reúne organizações e movimentos sociais e ambientalistas da região de Altamira.
Em entrevista coletiva hoje à tarde, o Ibama informou, no entanto, que cumpriu as 40 condicionantes iniciais, mas que "não necessariamente as 40 deixaram de existir", porque algumas delas seriam cumpridas ao longo da operação e não seriam exigidas nesse momento.
A representante do Movimento Xingu Vivo para Sempre criticou ainda o trecho da nota do Ibama que diz que o "licenciamento foi marcado por uma robusta análise técnica e resultou na incorporação de ganhos socioambientais". Segundo Pinheiro, as vistorias do Ibama na região eram feitas em companhia de representantes do consórcio e as análises realizadas com base em relatórios produzidos pela empresa.
- Que visão imparcial é essa que tem o Ibama? Também apresentamos dados técnicos, mas eles são ignorados. O órgão fazia vistoria com base no que a Norte Energia, a maior interessada, apresentava. Todo o processo foi na base do atropelo - afirmou.
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