Uma idéia que virou realidade...

Pessoal,

Como todos sabem, pelo menos aqueles que me conhecem, sou apaixonado pela temática ambiental. E após muito refletir, decidi criar este blog para expor minha idéias e tentar divulgar notícias, inovações nesta área, e claro, opiniões e análises críticas do que vem ocorrendo no mundo da sustentabilidade.

Peço que comentem, sugiram assuntos, critiquem, enfim, que este seja um espaço para discutirmos os mais variados assuntos.

Beijos e abraços a todos!

Jean Marc Sasson

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

ISE e Sustentabilidade Corporativa

O ISE - Índice de Sustentabilidade Empresarial é um índice criado pela Bovespa no qual analisa a prática da Sustentabilidade Corporativa, levando em consideração o desempenho econômico, o equilíbrio ambiental, a justiça social e governança corporativa.
A mais recente carteira do ISE foi anunciada no dia 29 de novembro de 2012 e vigora de 07 de janeiro de 2013 a 03 de janeiro de 2014. A oitava carteira do ISE reúne 51 ações de 37 companhias, que representam 16 setores e somam R$ 1,07 trilhão em valor de mercado, o equivalente a 44,81% do total do valor das companhias com ações negociadas na BM&FBOVESPA 
Uma recente pesquisa realizada pela Bovespa mostrou que estar presente no índice também pode ser mais lucrativo. Segundo dados da BM&F Bovespa de 2012, o indicador se valorizou 5,15% enquanto o Ibovespa, o principal índice da Bolsa, apresenta queda de 5,94% no mesmo período. Naquele ano, o ISE acumulou alta de 13,82% contra uma valorização de 13,67% do Ibovespa.
Apesar da importância deste índice que impulsiona e incentiva a adoção de medidas sustentáveis, não significa dizer que a empresa que compõe este índice é genuinamente sustentável, isto é, pratica a Sustentabilidade em nível estratégico.
Hoje, o que se tem mais no mercado são empresas proclamando sua Sustentabilidade esperando um retorno de reputação, praticando o velho greenwashing. E fazer parte do ISE traz esse esperado retorno .
O ISE é atualizado a partir de questionários que são distribuídos entre as empresas emissoras das ações mais líquidas da BM&FBovespa. Estes questionários são respondidos sem qualquer obrigação de auditoria externa. As empresas respondem conforme os dados levantados internamente, mas sem qualquer "compromisso" com a verdade. Mostram apenas o que querem, como no relatório GRI, no qual as empresas relatam informações opacas.
Não podemos analisar se uma empresa é sustentável apenas pela adoção de medidas isoladas ou pela sua inclusão no índice. Para uma empresa ser sustentável ela deve pensar e se planejar de forma sustentável.
É certo, porém, que a adoção de medidas sustentáveis traz às empresas mais eficiência operacional, o que as torna menos suscetível à crises econômicas, como reflete o ISE. São investimentos mais seguros.



segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Carro Elétrico é uma alternativa melhor?

Muitos me perguntam porque não tenho carro. Primeiro, acredito que manter um carro é muito caro. Pagar seguro, gasolina e manutenção do carro é tão caro quanto criar um filho. Segundo, prefiro priorizar o transporte público ao transporte individual. E por último e não menos importante, o transporte individual emite muito mais Gás Carbônico, contribuindo para o Aquecimento Global.
Para esta última justificativa, tentam argumentar que quando o carro elétrico for economicamente acessível, optarei por ele.
E estão certos!
Mas devemos atentar para um detalhe: Não é porque é elétrico que será menos poluente.
De fato, ele não emite qualquer gás. Mas, para este quesito, devemos analisar a matriz elétrica brasileira.
Hoje ela é composta de 64% de hidroeletricidade e quase 16% de petróleo e gás.
Assim, quando existir uma rede de abastecimento/recarga extensa e segura que viabilize e crie certa autonomia para o carro elétrico brasileiro, e principalmente, abastecida por fontes renováveis, apoiarei e talvez comprarei um exemplar para mim.
Caso contrário, se a eletricidade vier de fontes sujas como Petróleo e Gás, nada mudará em relação ao cenário atual.
Hoje o carro elétrico está muito elitizado. Deveria haver incentivos federais à produção e comercialização deste veículo no Brasil, ao invés de simplesmente baixar o IPI de outros modelos de carros. As ruas ficariam mais silenciosas e menos poluídas.
Por exemplo, a Renault, uma das pioneiras a lançar o carro elétrico no mundo, lançou o modelo Zoe no Brasil a um custo de R$ 215 mil. Este valor cairia para algo entre R$ 80 mil e R$ 90 mil - cerca de 60% a menos - com incentivos do governo federal. Lançado como o primeiro "popular" elétrico na Europa, o Zoe é comercializado por apenas 21 mil euros.
Diferenças à parte, o carro elétrico é o futuro do transporte individual brasileiro. Fiquemos de olho.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Transporte Público insustentável

A cada dia o trânsito brasileiro torna-se mais caótico.  A cada ano que passa, há a entrada de novos carros na frota brasileira. Dados do jornal OGlobo da semana passada informa que a produção de carros em setembro de 2013 aumentou em 15% comparado com o mesmo período do ano passado. Isso é reflexo do aumento do poder econômico dos brasileiros e da política de isenção fiscal governamental.
É certo que a renovação da frota leva às ruas carros mais eficientes e, portanto, menos poluentes. Mas ainda assim, a emissão de GEE do setor de transportes só vem aumentando. Em comparação com 2004, teve um aumento de suas emissões em 120%!!!
Diante desse número absurdo, é correto relativizar as emissões. Apenas parte da população tem a possibilidade de comprar um carro. A grande parte recorre ao transporte público. À título de comparação, em um percurso de 16 km, um carro emite 0,75 t de CO2, enquanto o trem emite 0,6 t e o ônibus apenas 0,3 t de CO2.
Soma-se a esse cenário, o subsídio à gasolina, incluindo a redução da Cide, em detrimento da falta de investimento em biocombustíveis.
Isso nos obriga a questionar: Porque não investir em transporte público o valor subtraído da receita federal, ao invés de isentar de impostos a indústria automobilística?
Com as isenções de impostos para carro e gasolina desde 2003, o Governo deixou de arrecadar R$ 32,5 bilhões, sendo 10,5 bilhões desde 2009 com a redução de IPI para carros. Com este valor, seria possível construir 1.500 quilômetros de corredores de ônibus ou 150 quilômetros de metrô. A verba seria suficiente, por exemplo, para a criação de corredores segregados nas 12 metrópoles brasileiras.
Torna-se preponderante planejar estrategicamente o melhor investimento. Investir na qualidade de vida da população ou na produção de bens de consumo? Certamente, o lobby de um segmento da economia não deve ecoar mais alto do que beneficiar a população.