A cada dia o
trânsito brasileiro torna-se mais caótico. A cada ano que passa, há a entrada de novos
carros na frota brasileira. Dados do jornal OGlobo da semana passada informa
que a produção de carros em setembro de 2013 aumentou em 15% comparado com o mesmo
período do ano passado. Isso é reflexo do aumento do poder econômico dos
brasileiros e da política de isenção fiscal governamental.
É certo que a renovação
da frota leva às ruas carros mais eficientes e, portanto, menos poluentes. Mas
ainda assim, a emissão de GEE do setor de transportes só vem aumentando. Em
comparação com 2004, teve um aumento de suas emissões em 120%!!!
Diante desse número absurdo, é correto
relativizar as emissões. Apenas parte da população tem
a possibilidade de comprar um carro. A grande parte recorre ao transporte
público. À título de comparação, em um percurso de 16 km, um carro emite 0,75 t
de CO2, enquanto o trem emite 0,6 t e o ônibus apenas 0,3 t de CO2.
Soma-se a esse cenário, o subsídio à gasolina, incluindo a redução da Cide, em detrimento da falta de investimento em biocombustíveis.
Isso nos
obriga a questionar: Porque não investir em transporte público o valor subtraído da receita federal, ao invés de isentar de impostos a indústria automobilística?
Com as isenções de impostos para carro e gasolina desde 2003, o
Governo deixou de arrecadar R$ 32,5 bilhões, sendo 10,5 bilhões desde
2009 com a redução de IPI para carros. Com este valor, seria possível construir
1.500 quilômetros de corredores de ônibus ou 150 quilômetros de metrô. A verba
seria suficiente, por exemplo, para a criação de corredores segregados nas 12
metrópoles brasileiras.
Jean, participei do Congresso Cidades Verdes na semana passada. Neste, especialistas de diversas áreas compartilharam suas críticas. Paradoxalmente, o Governo incentiva através de tributos o transporte individual e, por outro lado, pretende passar uma "imagem sustentável". Ponto central das manifestações das ruas, os problemas do transporte público passaram ao centro do debate político e será pauta nas eleições 2014. Espero...
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