Muitos me perguntam porque não tenho carro. Primeiro, acredito que manter um carro é muito caro. Pagar seguro, gasolina e manutenção do carro é tão caro quanto criar um filho. Segundo, prefiro priorizar o transporte público ao transporte individual. E por último e não menos importante, o transporte individual emite muito mais Gás Carbônico, contribuindo para o Aquecimento Global.
Para esta última justificativa, tentam argumentar que quando o carro elétrico for economicamente acessível, optarei por ele.
E estão certos!
Mas devemos atentar para um detalhe: Não é porque é elétrico que será menos poluente.
De fato, ele não emite qualquer gás. Mas, para este quesito, devemos analisar a matriz elétrica brasileira.
Hoje ela é composta de 64% de hidroeletricidade e quase 16% de petróleo e gás.
Assim, quando existir uma rede de abastecimento/recarga extensa e segura que viabilize e crie certa autonomia para o carro elétrico brasileiro, e principalmente, abastecida por fontes renováveis, apoiarei e talvez comprarei um exemplar para mim.
Caso contrário, se a eletricidade vier de fontes sujas como Petróleo e Gás, nada mudará em relação ao cenário atual.
Hoje o carro elétrico está muito elitizado. Deveria haver incentivos federais à produção e comercialização deste veículo no Brasil, ao invés de simplesmente baixar o IPI de outros modelos de carros. As ruas ficariam mais silenciosas e menos poluídas.
Por exemplo, a Renault, uma das pioneiras a lançar o carro elétrico no mundo, lançou o modelo Zoe no Brasil a um custo de R$ 215 mil. Este valor cairia para algo entre R$ 80 mil e R$ 90 mil - cerca de 60% a menos - com incentivos do governo federal. Lançado como o primeiro "popular" elétrico na Europa, o Zoe é comercializado por apenas 21 mil euros.
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