Uma idéia que virou realidade...

Pessoal,

Como todos sabem, pelo menos aqueles que me conhecem, sou apaixonado pela temática ambiental. E após muito refletir, decidi criar este blog para expor minha idéias e tentar divulgar notícias, inovações nesta área, e claro, opiniões e análises críticas do que vem ocorrendo no mundo da sustentabilidade.

Peço que comentem, sugiram assuntos, critiquem, enfim, que este seja um espaço para discutirmos os mais variados assuntos.

Beijos e abraços a todos!

Jean Marc Sasson

terça-feira, 10 de junho de 2014

Água no Meio Urbano - Captação, tratamento e abastecimento



O Sistema de abastecimento de água é o conjunto de obras, equipamentos e serviços destinados ao abastecimento de água potável a uma comunidade, para fins de consumo doméstico, serviços públicos, consumo industrial, consumo comercial e outros usos
Um sistema de abastecimento público de água compreende diversas unidades, tais como: Manancial (captação); Tratamento; Reservatórios; Rede de distribuição; Estações Elevatórias e/ ou de recalque.
Para a implantação de um sistema de abastecimento de água, é necessário a elaboração de estudos e projetos para definição das obras a serem empreendidas. Essas obras deverão ter a sua capacidade determinada não somente para as necessidades atuais, mas também para o atendimento da comunidade, prevendo-se a construção por etapas. O período das obras projetadas, também chamado de alcance do plano, varia geralmente de 10 a 30 anos.
Deve-se levar em consideração o consumo da comunidade que é  a função de uma série de fatores inerentes à própria localidade a ser abastecida e varia de cidade para cidade, assim como pode variar de um setor para outro, na mesma cidade.Variam conforme o clima,padrão de vida da população,sistema de fornecimento e cobrança, qualidade da água fornecida, custo da água, pressão na rede distribuidora, consumo comercial, industrial e público e existência de rede de esgotos;

O sistema inicia-se a partir dos mananciais. Podem ser divididos em mananciais subterrâneos e superficiais. As águas desses mananciais deverão preencher requisitos mínimos de qualidade física, química, biológica e bacteriológico, bem como nos aspectos quantitativos, como, por exemplo, se o manancial é capaz de suprir a comunidade por um período determinado.
Entende-se por manancial subterrâneo todo aquele proveniente de interstícios do subsolo, aflorando à superfície através de fontes, bicas d’água, etc ou ser elevada artificialmente através de instalações como poços rasos, poços profundos e galerias de infiltração. Já o superficial é constituído pelos córregos, rios, lagos, represas, etc. que, como o próprio nome indica, tem o espelho de água na superfície terrestre.
Após eleito o manancial apropriado, deverá realizar a captação da água. Para o projeto de captação de mananciais superficiais, devem ser examinados cuidadosamente todos os dados e elementos que digam respeito às características quantitativas e qualitativas dos mesmos, tais como: dados hidrológicos da bacia em estudo e dados fluviométricos do curso d’água a ser aproveitado. Além disso, deverá realizar uma minuciosa análise das condições da área de implantação das obras a serem projetadas, levando-se em conta os eventuais custos de desapropriação e, quando necessário, o recalque das águas mediante a construção de estações elevatórias, a disponibilidade de energia elétrica para alimentação dos motores, etc.
Compõe a captação de água em mananciais superficiais barragens de acumulação ou de manutenção de nível para complementar a vazão na época das estiagens ou facilitar a retirada da água, dispositivo de tomada de água devidamente protegido, a fim de impedir a entrada de materiais em suspensão na água como grades, caixas desarenadoras, mecanismos de controle de entrada de água, tubulações e órgãos acessórios; 
As estações elevatórias, ou, ainda, as instalações de recalque têm a função de captar água, seja superficialmente ou subterraneamente, através  de sistemas compostos por bombas e tubulações, utilizados para pressurizar a água, conduzindo a um ou a vários pontos de consumo

Após a sucção da água, ela será conduzida às adutoras e subadutoras. As primeiras são as canalizações principais destinadas a conduzir água entre as unidades de um sistema público de abastecimento e antecedem a rede de distribuição. Elas interligam a captação e tomada de água à estação de tratamento de água, e, posteriormente, esta aos reservatórios de um mesmo sistema. As subadutoras são derivações de uma adutora destinadas a conduzir água até outros pontos do sistema, constituindo canalizações secundárias.
As adutoras e subadutoras são as principais unidades de um sistema público de abastecimento de água, devendo-se tomar cuidados especiais na elaboração do projeto. Recomenda-se uma criteriosa análise de seu traçado em planta e perfil, a fim de verificar a sua correta disposição.
As adutoras levarão à uma estação de tratamento da água e posteriormente ao sistema de distribuição.
O tratamento da água consiste em melhorar suas características físicas, químicas e bacteriológicas, a fim de que se torne adequada ao consumo. Dentre as águas disponíveis na natureza, as de superfície são as que mais necessitam de tratamento, porque se apresentam com qualidades físicas e bacterilógicas impróprias. Somente as águas de nascente que, com uma simples proteção das cabeceiras, podem ser consumidas, algumas vezes, sem perigo. Toda água de superfície, seja ela de rio, lagos naturais ou artificiais, têm suas qualidades variando ao longo do tempo, de acordo com a época do ano e o regime de chuva. Todo método de tratamento para uma água tem sua eficiência limitada, pois cada método assegura um percentual de redução da poluição existente. O grau da poluição pode, portanto, tornar insatisfatório um determinado tipo de tratamento.

O tratamento indicado para pequenas comunidades, principalmente aquelas de difícil acesso são a fervura (soluções individuais), sedimentação simples, filtração lenta e domiciliar – filtro de vela ou areia e desinfecção por cloro e iodo.

Já para os grandes centros urbanos há diferentes níveis de tratamentos e consequentemente de investimentos. 

Tratamento preliminar – Processo físico que elimina os resíduos e e corpos sólidos. Para isso, utilizam-se crivos de barras ou crivos giratórios que permitem a eliminação dos resíduos. Em ambos os casos, os resíduos são recolhidos mecanicamente e levados para incineradoras.

Tratamento primário – Processo físico e biológico que conduz os efluentes para um tanque de sedimentação de sólidos (clarificadores primários), que contém um sistema de braços giratórios. As partículas de matéria orgânica depositam-se no fundo e são retiradas, bem como os materiais gordurosos flutuantes que posteriormente serão enviados para aterros sanitários.

Tratamento secundário – processo biológico durante o qual bactérias aeróbias ou anaeróbias eliminam até 90% da matéria orgânica dissolvida. 

Tratamento terciário – separação biológica dos nutrientes, com o objectivo de eliminar o material inorgânico dissolvido, uma vez que são agentes causadores da eutrofização cultural.Tal tratamento é pouco utilizado por ter um custo muito alto.

Tratamento quartenário – corresponde à limpeza e desinfecção final, em que as águas residuais são submetidas a uma última limpeza por filtração, através de uma camada de areia e posterior desinfecção. O desinfectante mais utilizado é o cloro, sob a forma de gás, por ser muito eficiente e barato.

O tratamento de água para consumo é fundamental para evitar a contaminação de doenças.

Os principais agentes biológicos encontrados nas águas contaminadas são os parasitas, as bactérias patógenas e os vírus.

As doenças mais conhecidas provocadas por parasitas são amebíases, tricomonas, doença de Chagas, malária, amarelão, lombrigas, filariose, solitária, esquistosomose, micoses em geral (pé de atleta, candidíases, algumas dermatoses, etc.). Exemplos de doenças bastante conhecidas em nosso meio também provocadas por bactérias são: leptospirose, tifo, febre tifóide, brucelose, lepra, cólera, difteria, tétano, meningite, coqueluche e várias doenças venéreas, doenças nos olhos e na boca. Já as doenças viróticas são gripes e resfriados, catapora (varicela), rubéola, sarampo, caxumba, febre amarela, raiva e hepatite e poliomielite viróticas e alguns tipos de doenças venéreas. 

Após devidamente tratada, será destinada ao sistema de distribuição  que é composto por dois conjuntos de unidades: Reservatórios e Redes de Distribuição.
Os reservatórios de distribuição permitem armazenar a água para atender às variações de consumo, demandas de emergência e manter pressão mínima ou constante na rede.
Já a rede de distribuição é a estrutura do sistema mais integrada à realidade urbana e também a mais custosa. É constituída de um conjunto de tubulações interligadas instaladas ao longo das vias públicas, junto aos edifícios, conduzindo a água aos pontos de consumo (moradias, escolas, hospitais, escolas, etc.). As tubulações são compostas pelos condutos principais de maior diâmetro e responsáveis pela alimentação dos condutos secundários que são os de menor diâmetro e abastecem diretamente aos pontos de consumo.
Pronto! A água está própria para consumo. 
Lembre-se de consumi-la moderadamente. 
Ela é um bem natural raro.




2 comentários:

  1. Muito bom o conteúdo do blog. Parabéns pelas postagens!

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  2. Excelente o blog. Estou fazendo a materia Sistemas de abastecimento na faculdade e você colocou a matéria de uma forma muito prática e explicativa.

    Caso possua mais materiais sobre Tratamento de água, efluentes e sistema de abastecimento e puder me enviar ficarei grato.

    ramiellerocha@hotmauil.com

    Obrigado.

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